Superação e União: Transformando Comunidades no Acre e no Brasil
A luta por direitos das comunidades do Acre enfrentou desafios pessoais e empresariais, mas a força coletiva segue firme.

A luta para garantir os direitos básicos das comunidades ribeirinhas e indígenas do Acre esteve a um passo de ser concretizada.
Parcerias foram formadas, projetos apresentados, e o apoio do governo local parecia assegurado. No entanto, enquanto essa transformação se delineava, uma série de desafios pessoais e profissionais comprometeu todo o avanço. Meu afastamento forçado por problemas de saúde, associado a traições empresariais e judiciais, mostra como circunstâncias individuais podem impactar grandes causas sociais.
A Esperança do Acre
Meu trabalho com as comunidades ribeirinhas e indígenas do Rio Gregório começou em 2015. Foi um processo de construção de confiança ao longo de quatro anos, até que, em 2019, pude iniciar os trabalhos mais estruturados da Comtxae. Esse ano também marcou o período mais difícil da minha vida pessoal: a alienação parental me afastou das minhas filhas, afetando profundamente meu dia a dia. Se tivesse tido a oportunidade, teria sido um pai em tempo integral, dedicando 100% ao cuidado das minhas filhas. No entanto, a dor da alienação me levou a canalizar essa energia para o trabalho, ajudando outras famílias que, de forma diferente, também estavam isoladas e necessitadas de conexão e suporte.
Todas as decisões que tomei, tanto no âmbito pessoal quanto profissional, foram diretamente afetadas pela alienação parental. Desde o início, idealizei o momento em que minhas filhas chegariam à idade atual, para que eu pudesse finalmente me sentir seguro em vir a público com minha história. Esse momento chegou, e com ele, a oportunidade de deixar claro para a mãe das minhas filhas que quero paz para a minha vida e, principalmente, para as nossas filhas.
Acredito que a exposição dos fatos da minha vida privada pode ser inevitável, se for necessário para demonstrar o poder do sofrimento de um pai alienado. Ao mesmo tempo, tenho fé na justiça divina e na inteligência das minhas filhas. No futuro, acredito que elas entenderão que todo o sofrimento pelo qual passaram foi transformado em um legado — um exemplo de como a dor pode ser convertida em força para construir algo maior, impactando a vida de tantas outras famílias.
O Impacto Social das Soluções Propostas
Em abril de 2023, durante uma reunião com a vice-governadora Mailza, apresentei projetos para levar energia solar, água potável e internet via satélite para as regiões mais remotas do Acre. Essas soluções visavam não apenas melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das comunidades, mas também capacitar os próprios moradores para gerenciar os sistemas, promovendo autossustentabilidade e autonomia. A ideia era não apenas fornecer recursos, mas também criar um ciclo virtuoso de desenvolvimento comunitário.
A Primeira Instalação de Internet e o Wi-Fi Inteligente
O marco inicial dessa nova etapa foi a instalação de uma solução de Wi-Fi inteligente, pensada especialmente para atender às necessidades das comunidades sem comprometer seus valores culturais. O sistema não só bloqueia conteúdos impróprios, mas permite que as lideranças comunitárias definam os horários de uso e gerenciem o consumo, vendendo franquias para cobrir os custos. Essa solução foi recebida com entusiasmo, pois trouxe controle e saúde ao uso da internet, particularmente entre os jovens.
Em 2019, quando realizei a primeira instalação, recebi um feedback positivo das comunidades locais. Elas enxergaram a solução como uma forma de preservar seus costumes e, ao mesmo tempo, abrir uma janela para o mundo exterior. Hoje, ao retomar o mercado, pretendo captar feedbacks mais atualizados, tanto das comunidades no Acre quanto do Vale do Javari. Sabemos que a ausência de uma solução como o Wi-Fi inteligente pode gerar consequências negativas, como o uso excessivo por parte dos jovens e a interferência nos costumes locais.
Ver as famílias se conectando, mesmo em meio à minha própria dor pessoal, foi uma sensação de alívio. Enquanto era privado do contato com minhas filhas, pude, ao menos, proporcionar essa conexão para outras famílias. Essa realização profissional serviu como uma válvula de escape emocional, permitindo que eu me dedicasse a melhorar a vida de outros, enquanto buscava reconstruir a minha própria.
Alienação Parental e Traições Empresariais
A luta judicial contra a alienação parental, que enfrento desde 2019, foi o pano de fundo para todo o trabalho da Comtxae. Essa batalha pessoal influenciou profundamente minhas decisões, minha força de vontade e a maneira como conduzi os projetos. Confesso que, ao longo desse período, pensei em abandonar os projetos praticamente todos os meses. O impacto emocional era profundo, e o trabalho foi afetado, embora nunca interrompido. Graças à minha fé e à crença no que é correto, consegui continuar a caminhada e manter o propósito da Comtxae vivo.
Em 2022, a Comtxae já havia alcançado sucesso e notoriedade. Nesse ponto, as traições empresariais começaram a se intensificar. Pessoas sem escrúpulos e competência passaram a tentar se beneficiar do sucesso que eu havia construído.
Algumas traições já haviam ocorrido, mas o ápice aconteceu em 2022. A primeira traição veio de um indígena da terra indígena do Rio Gregório, que deveria ser meu parceiro local. Ele tinha a oportunidade de crescer com a empresa. No entanto, decidiu me trair. Ele começou a realizar instalações sozinho, sem me incluir no processo. Ironicamente, sua própria comunidade o rejeitou, já que ele prestava um serviço de baixa qualidade. Ele não tinha o conhecimento necessário para instalar os sistemas de internet via satélite, algo que eu sempre fiz com perfeição, cuidando de todos os detalhes — desde a instalação até o suporte técnico.
Em julho de 2022, após meu primeiro episódio de burnout, fui forçado a me afastar das operações. Esse afastamento abriu caminho para traições mais graves. Pessoas em quem confiei, como Mariel Nascimento de Macedo e Eliberlan Silva, aproveitaram-se da minha fragilidade para roubar clientes, difamar meu nome e até desviar dinheiro da empresa, paralisando completamente as operações da Comtxae. Esse foi um dos momentos mais difíceis da minha jornada, mas essa crise também me deu a oportunidade de cuidar da minha saúde, reorganizar a empresa e cercar-me de pessoas competentes e honestas.
A Reconstrução e a Força nas Comunidades
Apesar das dificuldades, hoje tenho uma serenidade e confiança maiores do que no início da minha jornada. Sei que esses problemas serão revertidos positivamente para a imagem da empresa. As lideranças das comunidades são inteligentes e sabem dos desafios que acompanham a liderança, não apenas de uma empresa, mas de um movimento que se tornou uma referência. Assim como eu sofri com a ganância e a inveja, essas lideranças também sofrem ou já sofreram com situações semelhantes.
Como líderes, entendemos que os desafios são inevitáveis, mas também acreditamos no poder da união.
Ao nos reunirmos novamente — eu, as lideranças locais e a Comtxae —, podemos continuar transformando não apenas as comunidades do Acre, mas também as do Vale do Javari e de todo o Brasil. Nossa missão vai além das adversidades pessoais. Estamos focados em criar um impacto duradouro, fortalecendo as comunidades e promovendo um desenvolvimento social sustentável. Esse trabalho coletivo será o legado que deixaremos, mostrando que, juntos, podemos superar qualquer obstáculo em prol do bem comum.
